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Chefe do Inep tropeça na língua, mas intenção para o ENEM é boa: sem proselitismo!

  • Foto do escritor: Elton G.P
    Elton G.P
  • 25 de jan. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualizado: 12 de jan. de 2022





O novo presidente do Inep, Marcus Vinícius Rodrigues, tomou posse ontem. No discurso de posse, chamou-me a atenção dois deslizes cometidos por aquele que chefiará o instituto ligado ao Ministério da Educação e principal responsável pela elaboração do Enem: um de ordem gramatical e outro conceitual.


O primeiro, de ordem linguística, não passou despercebido pelos sites de esquerda, que resolveram fazer chacota e até mesmo transformar em manchete um deslize gramatical cometido por Marcos Vinícius em seu discurso, quando afirmou que a prova será eficaz na formação de "cidadões".








Para esses defensores da língua e agora fiscais do bem escrever e do bem falar dos integrantes do novo governo, o erro de português do presidente do Inep é uma clara e inequívoca demonstração do ‘’despreparo’’ do presidente do órgão que aplicará o Enem.


É falso dizer que somente pobres e menos instruídos cometem erros de língua; a nata mais escolarizada da população, em menor grau, também.


Exemplo disso é o próprio presidente do Inep. Ele é graduado em Engenharia Elétrica pela UFC, possui mestrado e doutorado em Engenharia de Produção e já foi professor em cursos de pós-graduação na FGV. Ou seja, não é nenhum pobre sem escolarização.


Sendo o plural de ladrão, ladrões e de varão, varões , logo, cidadão?...


As palavras que terminam em “ão” costumam causar dúvida no plural. Isso porque os vocábulos terminados em -ão podem ter no plural três terminações diferentes. A variedade portuguesa tem uma peculiaridade que leva a maioria das palavras terminadas em -ão a formar plural em -ões. Está nesta convenção linguística a justificativa para um dos erros linguísticos cometidos com maior frequência pelos falantes da língua – escolarizados ou não.


Por assim ser, os estudiosos da Linguística argumentam que há, nesses casos, uma tendência à oscilação entre -ãos/-ões, e, por consequência, uma maior flutuação entre aquilo que prescreve a modalidade padrão e o que os usuários da língua, nas situações de uso real, decidem ‘’acomodar’’.


Sem querer justificar o deslize de quem deveria monitorar com mais cuidado a fala e, consequentemente, observar com rigor a modalidade padrão da língua, vejo como uma implicância desnecessária esse tipo de destaque midiático. Aposto que toda essa gente, que hoje acredita que os rumos da educação do país foram entregues a ''ignorantes'' por causa de desvios linguísticos, se submetida fosse a um teste básico de aferição gramatical, escreveria ‘’refrões’’ como plural de refrão, em vez de refrãos ou refrães, as únicas formas corretas de refrão, que até os treinados e calejados no ofício da revisão e do ensino da língua costumam tropeçar ou pedir a ajudinha de um dicionário para elucidar a dúvida. Coisas da língua...


Sem conteúdo ideológico ou sem proselitismo panfletário?


O segundo deslize do novo presidente do INEP é conceitual. Uma besteira repetida pelo presidente Bolsonaro: o fim de qualquer ‘’viés ideológico’’ nas ações do governo. Isso é impossível, pois é a própria ideologia que norteia as práticas do governo Bolsonaro.


Ao dizer que vai analisar o banco de questões do Enem para que não haja “uma postura ideológica”, quero crer que o presidente do Inep quis dizer que vai combater a ‘’partidarização’’ do exame, que caiu nas mãos do PT em 2003, e desde então o que se viu foi o seu uso político da forma mais mesquinha e proselitista.


O exame, que há muito tempo mandou paras as cucuias qualquer questão próxima da gramática, passou a priorizar a “interpretação de texto”. Não fosse o seu maior propósito com isso marcar uma posição ideológica em favor de ‘’minorias’’ e submeter estudantes a um teste de militância, não haveria problema algum nas questões de interpretação de texto. Mas não foi o que aconteceu.


Os pedagogos críticos defendem que não há a menor possibilidade de a Educação ser neutra, e os educadores, desprovido de ideologia. Concordo. Todavia, o educador, na condição de profissional, deve ser ético e prezar pela objetividade. Essa sim pode ser perseguida diuturnamente e guiar a conduta do profissional educador.


Se ele está ali para ensinar conteúdos de língua portuguesa, matemática, ou geografia, não pode, a pretexto de ‘’transversalizar’’ os conteúdos, transformar o espaço de sala de aula em palanque para promover suas concepções de mundo, seja filosófica, religiosa ou política. Isso deveria ser um ponto pacífico, mas para os educadores ‘’críticos’’ não há qualquer possibilidade de objetividade possível na atividade docente! O professor tem por obrigação moral de ser ''agente da mudança''. A começar pela mudança da formação moral e religiosa dos seus alunos.

 
 
 

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